Peneireiro-das-torres em Mértola

No início de Fevereiro começam a ouvir-se os primeiros machos que chegam ao território, em busca de locais de nidificação. As fêmeas chegam algumas semanas mais tarde e, durante uns meses, decidem em conjunto o local para o ninho. Mas não se preocupam demasiado, uma cavidade numa ruína, ou uma caixa-ninho segura servem para esta espécie.

Nidificam normalmente em colónias, em montes em ruínas e edifícios abandonados nas searas. Antigamente, existiam colónias em várias vilas do sul, mas atualmente, Mértola é a única vila do país onde ainda existe uma colónia de peneireiros-das-torres. E durante a primavera, preenchem a Vila com os seus sons característicos e os seus voos subtis.

Num projecto em colaboração com o ICNF – Parque Natural do Vale do Guadiana e a Câmara Municipal de Mértola, estamos a melhorar as condições de nidificação para as colónias de peneireiro-das-torres.

Todos os anos, instalamos duas caixas-ninho com câmaras para acompanhar o sucesso da criação do par, e anilhar os recém-nascidos antes de deixarem os seus ninhos.

Ao criar mais espaços disponíveis para a reprodução, estamos a ajudar na manutenção a longo prazo da espécie. Além disso, as imagens “dentro do ninho” e os eventos públicos de anilhagem, permitem-nos chegar às comunidades locais e turísticas, realçando a importância de preservar a espécie.

Estórias e fofocas de dentro das caixas-ninho.

Os estorninhos pretos (Sturnus unicolor) aproveitam-se muitas vezes das caixas-ninho e chegam primeiro… Em 2021 conseguirem incubar, mas nem sempre têm sorte!