A águia-imperial-ibérica (Aquila adalberti) é, como o nome indica, uma espécie endémica da Ibéria. Pela exclusividade de território em que ocorre, é considerada “Vulnerável” na Lista Vermelha do IUCN. No Sul de Portugal, a comunidade tem vindo a aumentar graças aos esforços de programas de conservação implementados pela Liga da Proteção da Natureza e do ICNF ao longo dos últimos anos.

Com uma envergadura que varia entre 180 e 210 cm, é uma ave pesada e volumosa em voo. No território Portugal Wildscapes são rainhas: prescrutam os céus em busca de alimento e é comum, em apenas um dia, ver mais que dois ou três indivíduos de idade – e plumagem – diferentes.

Com o objetivo de contribuir para o estudo da espécie, a Portugal Wildscapes, através do Fundo de Conservação, financiou 3 emissores de GPS, com a dimensão e o peso apropriado para esta ave, que são colocados nas costas.

Esta iniciativa, em parceria com o ICNF – Parque Natural do Vale do Guadiana, tem como objetivo avaliar os movimentos de dispersão da espécie e assim, contribuir para o estudo da comunidade de águia-imperial-ibérica e descobrir que locais da península são mais visitados por estas águias. Permite, também, identificar mortes prematuras, por envenenamento por exemplo, e atuar a tempo de prevenir outras incidências.

O ICNF – Parque Natural do Vale do Guadiana identifica as aves que podem ser marcadas. Até ao momento, foram instalados dois emissores de GPS, em aves que tinham sido encontradas no território do Baixo Alentejo, numa condição fraca ou feridas. Normalmente para esta espécie, as águias são enviadas para o Centro de Recuperação de Animais Silvestres de Lisboa – LXCras, uma estrutura pertencente ao Município de Lisboa, onde recuperam e regressam, depois, a este território para serem devolvidas à natureza.

Veja o voo incrível da águia-imperial-ibérica ao ser devolvida à natureza, depois de ter recuperado de 14 chumbos.

Onde andam as águias-imperiais-ibéricas?

Com regularidade, o ICNF envia-nos as posições das águias-imperiais-ibéricas libertadas com emissor GPS. No território Portugal Wildscapes ficaram pouco tempo – a primeira a ser libertada, partiu e voltou pela mesma “auto-estrada” aérea várias vezes… a segunda, em menos de 3 dias partiu rumo a Espanha e anda a explorar as terras do centro espanhol – sem nunca regressar.

Será que na primavera regressam a Portugal para procurar uma fêmea?

Posição da Alcaria, a primeira águia-imperial-ibérica a ser libertada com emissor GPS. Nos primeiros movimentos, sondou a área transfronteiriça, e foi em linha reta, sem hesitações, para um ponto a sudoeste de Zafra.

Nesta imagem pode ver-se como a Alcaria regressou a Portugal e, logo uns dias depois, mudou de ideias e voltou ao ponto em Espanha. Curiosamente, “seguiu” sempre o mesmo caminho aéreo.

Depois de ir e vir algumas vezes, a Alcaria decidiu visitar Ciudade Real e Cuenca. Por onde andará agora?

A segunda águia-imperial-ibérica libertada foi, sem hesitações, direta para este e depois norte, junto à Serra de Gredos.

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Rota de Observação de Aves