Também conhecido como Águia-caçadeira, o tartaranhão-caçador (Circus pygargus) é o menos corpulento dos congéneres Circus que ocorrem em Portugal. O macho, com um tom cinzento claro e extremidades pretas, pode ser confundido com o tartaranhão-azulado (Circus cyaneus).
Considerada em perigo em Portugal, esta espécie regressa todos os anos às estepes de Castro Verde e Mértola para nidificar. Mas os ninhos que constrói no chão são altamente vulneráveis às ceifas e, infelizmente, a população abaixo do Tejo tem vindo a diminuir ao longo dos últimos anos.


Proteger o Tartaranhão-caçador
A população de tartaranhão-caçador tem diminuído imenso nos últimos anos, estima-se que tenha perdido mais de 70% da população. Por isso, está a decorrer um projeto de conservação no Baixo Alentejo, desenvolvido pela LPN e pelo ICNF- Parque Natural do Vale do Guadiana.
As principais razões que levam à reduzida taxa de sucesso reprodutor deve-se às ceifas e predação. Se as ceifas acontecerem no momento da postura, enquanto os ovos estão a incubar, é provável que o casal abandone o ninho, por não ter condições de proteção para as crias, quando os ovos eclodirem. Nestes casos, a equipa de campo recolhe os ovos e termina o processo de desenvolvimento embrionário em cativeiro.
Quando as ceifas ocorrem já com crias no ninho, o casal tipicamente não abandona as crias. Mas com a falta de proteção que a seara confere, as crias são presas fáceis para predadores generalistas como a raposa e o saca-rabos ou para outras aves, como cegonhas ou águias.
Neste caso, as crias são recolhidas e encaminhadas para uma estrutura, na propriedade da LPN em Vale Gonçalinho, onde crescem em segurança. Trata-se de um processo de aclimatização, pretende-se que as crias reconheçam esta localização como o seu ponto de referência, onde deverão regressar quando atingirem maturidade sexual.
O Fundo de Conservação Portugal Wildscapes disponibilizou câmaras de vigilância para colocar no interior do espaço de aclimatização, para ajudar os técnicos a monitorizarem o comportamento das jovens aves. Os técnicos evitam ao máximo o contacto direto com as aves, para que estas não se habituem à presença humana.
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